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24 de Abril de 2024

Empresa é condenada por recusar trabalhadora após fim do auxílio-doença do INSS

há 6 anos

Uma empregada de empresa do ramo financeiro que recebia auxílio-doença do INSS recorreu ao TRT da 2ª Região pleiteando condenação de seu empregador ao pagamento de salários relativos ao período em que ela recebeu alta do INSS, mas não foi considerada apta a retornar à função pelo médico da empresa. O pedido se estendia também ao período subsequente, em que a funcionária - já considerada apta pela empresa - não reassumiu suas funções, valendo-se de parecer médico particular, contrário à decisão do INSS. No seu entender, ela teria sido vítima do chamado “limbo previdenciário trabalhista”, quando o trabalhador é considerado apto pelo INSS e recebe alta, porém é dado como inapto pela empresa, que nega seu retorno ao trabalho, privando-o dos salários.

Essa trabalhadora recebeu o auxílio-doença do INSS por quase um ano. Reapresentou-se por duas vezes à empresa, só sendo considerada apta para a função Na segunda vez. Porém não voltou ao trabalho, baseando-se em parecer médico particular e preferindo ingressar com ação acidentária. Ela buscava atribuir ao empregador conduta omissiva pelo não pagamento dos salários durante o tempo em que não recebeu mais o auxílio-doença, além do período seguinte.

A decisão original da vara trabalhista julgou improcedente o pedido da trabalhadora. Os desembargadores da 18ª Turma do TRT-2 confirmaram a sentença parcialmente. "Diante desse panorama, exsurge inquestionável que a demandante tentou retornar ao trabalho após a alta previdenciária, ante o reconhecimento de sua capacidade de trabalho pelo INSS", destacou a relatora do acórdão, desembargadora Lilian Gonçalves.

“Ainda que sob a ótica da empresa a empregada não tivesse condições de retornar ao trabalho, o fato é que a cessação do benefício previdenciário afasta a suspensão do contrato de trabalho, impondo o imediato retorno da trabalhadora ao emprego”, diz outro trecho do acórdão. “Diante desse contexto, tem jus a autora aos salários a partir da alta previdenciária até a data do 2º exame médico patronal, em que se constatou a aptidão laborativa”.

Os desembargadores defendem, no entanto, que não há que se falar em “limbo previdenciário trabalhista” por culpa patronal após o 2º exame, uma vez que não se caracterizou divergência de entendimento entre o empregador e o órgão previdenciário.

Assim, a turma condenou parcialmente o empregador ao pagamento dos salários (e reflexos) relativos ao período entre a alta do INSS e o parecer contrário do médico da empresa, porém não ao período subsequente.

O processo tramita em segredo de justiça.

Fonte: https://www.plenum.com.br/boletins/detalhes/34598


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2 Comentários

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Essa situação está se tornando frequente. Entretanto muitas vezes é inconsistente a decisão do perito do INSS.
Vários motivos podem decidir a finalização do benefício, porém não garantem a perfeita saúde do trabalhador. Falta conhecimento do perito quanto a atividade a ser exercida.
O médico da empresa tem a responsabilidade de verificar a integridade da capacidade de realização do trabalho em sua forma plena, sem agravamento da doença.
A discordância dessa decisão tem sido frequenntemente desfavorável ao empregador;porém nem sempre como de direito.
Creio ser um erro atribuir a responsabilidade ao empregador. continuar lendo

Isso acontece, em virtude da "tara" do INSS em eliminar os benefícios previdenciários, imputando a responsabilidade da saúde do trabalhador aos empregadores.
A meu ver os empregadores deveriam mediante ação judicial cobrar de forma regressa qualquer prejuízo que tenham em virtudes desses acontecimentos.
Boa tarde. continuar lendo